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PARÒDIA AO PROFESSOR JOSÈ
(Uma homenagem ao meu professor de Literatura José Neres)
E AGORA, JOSÈ? Lêda Torre E agora, José? Um dia, você chegou, Calado...sério...quem diria! E ficou... E agora, José? O tempo foi passando... Passando... A gente escrevendo E o conteúdo ficando. E agora, José? Você foi ensinando E nós aprendendo E o final chegando. José Neres, e agora? Você nos cativou E não somos Mais os mesmos... Você é o culpado! E agora? Você trouxe Literatura, as Suas funções, o Sócrates, o Shakespeare, Também o Platão...e agora? José... Você tem culpa Se sabemos agora O que é gênero Lírico, Dramático Ou épico... O que é narrativa Narratário... O que é poesia.. O que é prosa... E muito mais. E agora, professor José? Você também tem culpa Pelos palavrões que nos trouxe! Pobres inocentes... É fanopéia pra lá, Melopéia pra cá, é catacrese E até logopéia Nos ensinou A dança do intelecto Entre as palavras... José, e agora? Agora, Você será intimado A explicar Porque nos relembrou O que é um dístico, Uma quintilha, Uma septilha Um tetrassílabo... Uma redondilha maior, outra redondilha menor... E agora? José, e agora? Você nos trouxe Como rimar Como sorrir Como estudar, E agora, como Explicar? Hein,José? Agora José... Você nos alienou A engajar No sentido denotativo Da metáfora, Da catacrese, Do eufemismo... E foi com ironia Que nos aliterou A fazer A assonância Com o paradoxo, Depois da A antítese Para não fazer elipse... Por preferir fazer silepse! Assim, evitaremos Viver o anacoluto E o litotes Da análise Dos textos No contexto Sem nenhum Pretexto. E agora, José? Você com sua Métrica, nos Deixou no Ritmo dos hai kai, Onde a rosa Desfolhou-se e O chão era cor-de-rosa... E agora? José, agora Você rimou... Rimas ricas Com rimas pobres... Preciosas... E até livros Nos recomendou, E agora, hein? Professor José, Você é o personagem Herói de hoje, e Nós somos O seu universo... Onde o seu Espaço é limitado Por nós Secundários, apenas...e Esféricos no tempo De FAMA. Cronológica Ou psicologicamente Um dia no flash-back O seu “eu-lírico” E a sua ação Interna ou Externa faz um narrador ser onisciente... Não importa Se em primeira Ou terceira pessoa, Você um dia Poderá escrever Nas páginas Da vida. Pode ser um romance Ou uma novela Ou um conto, Ou mesmo uma crônica, também Não importa. Poderemos ser Um mero narratário Que mesmo Sem a Intertextualidade Da paródia E da estilização Ou, quem sabe? A paráfrase A citação O pastiche Ou a bricolagem Nós também Podemos fazer. É nas inferências Que no teatro Clássico Da vida, Fazemos atos Em cenas... Sem ser trágico Quem sabe cômico... Ou um auto Ou mesmo uma farsa... Mas sem sermos Alcoviteiros... E agora, José?? O fim do período É real Realidade... E agora? Usaremos para lhe Decifrar: Um ícone? Um símbolo? E você, quem és mesmo, José Neres? ________São Luis – Ma, 2006________
Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 12/07/2010
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